top of page

Poemas - Tagore


A Grande Onda

Embora a noite aproxime-se a passos lentos e já tenha avisado que os cantos devem cessar; embora os teus companheiros tenham ido descansar e tu estejas exaustos; embora o medo alimente-se de trevas e a face do céu esteja coberta de um véu; sim, pássaro, ouve-me, não fecha tuas asas.

Não é o ruído da folhagem na floresta, é mar que vem ondulando como serpente negra; não é a dança do jasmineiro florido, é espuma do mar.

Ah, onde está a praia verde ao sol, onde o teu ninho?

Pássaro, meu pássaro, ouve-me: não fecha tuas asas.

A noite sozinha está deitada ao longo do teu caminho; a aurora adormece por trás das colinas sombreadas.

As estrelas suspendem a respiração, contando as horas; a lua frágil está flutuando na noite profunda.

Não sentes medo, nem alimentas esperança. Não há palavras, nem gritos para ti, nem lar, nem leito para descanso.

Tens só as duas asas e o céu sem caminhos. Pássaro, meu pássaro, ouve-me: não feche as tuas asas.

_____________

Tagore, 67. Obras Selecionadas. Edição: Livros do Mundo Inteiro; tradução Raul Xavier.

Obra de Capa: A Grande Onda, de katsushika hokusai


 
 
 

コメント


Artigos em destaque
Últimas Publicações
Follow Us
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
Search By Tags
Artigos Anteriores

Local:

Lapa - Rio de Janeiro Brasil.

 




 

© 2014-2025

Por Naiara Paula Eugenio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem do cabeçalho: Mulher com duas crianças carregando uma cabaça na cabeça (Arugbá). Madeira, uáji, pigmentos outros. Século XIX.

 

Arte Iorubá atribuída a Kobi Ogun Kakeye d'Òràngun-Ìlá.

 

Museu de Arte, Foudation for the Arts Collection, Gift of Mr. and Mrs. Atanley. Dallas, EUA. Fonte: Babatunde Lawal. 

246877399_10224945402565333_1850183244822758956_n.jpg
139034891_10223087579920928_223336733087
14(27)_edited.jpg
bottom of page